sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A que ponto nós chegamos...? Ou, de que ponto nem saímos?



Quando vi o jeito cínico de Hillary Clinton ontem ao receber um sms falando da morte de Kadhafi, ou a maneira blasé como Obama se referiu ao fato em seu anuncio oficial, ou ainda, quando vi as fotos chocantes da maneira brutal como tal homem foi assassinado, me parece que nada mais me resta, senao me perguntar:
A que ponto nós chegamos...?
Ou, de que ponto nem saímos?
Hoje, em nome da democracia ainda é permitido matar, torturar e assassinar pessoas.
Não estou entrando no mérito de quem foi, nem como agiu esse homem.
Mas ser a agir como ele não faz de nós pessoas melhores do que tal Verdugo.
Voltamos aos tempos em que se cortavam as cabeças dos reis.
Que cortavam as cabeças dos que cortaram suas cabeças.
Que cortavam as cabeças dos que cortaram as cabeças dos que as cortaram também...
MUITAS CABEÇAS ROLARAM...
A carnificina não parou.
Será que não vai parar nunca?
Estarei eu errado por estar experimentando uma tristeza ao invés de alegria por esse fato histórico?
O ser humano se mostra realmente como o que sempre foi.
UMA BESTA, UM ANIMAL!!!!
Que se pensa melhor que os outros, apenas pelo fato de se achar o único ser pensante da face da terra.
Na verdade, pensantes, todos somos, domáveis, e domináveis também.
Do cão ao leão, se deixam domar, ou dominar por saberem que se não o fizerem sofrerão  punições.
Por isso PENSAM:
Melhor fazer o que eles querem...

Quem são esses seres pensantes?
O que estarão  pensando agora?
Quando será que essa violência virá em nossa direção?
Já está em nossa direção!
Quando vai chegar em nossas casas?
Já está em nossas casas?

O fato é, que de todas as imagens que vi ontem, não sei qual me chocou mais.
Se da cara da Hillary ao ver o sms.
Da cara do Obama ao anunciar o fato.
Ou a do corpo ensangüentado do Kadhafi.

De qualquer forma, independente de posições políticas, gostei de ver a maneira como nossa presidente Dilma se referiu ao fato.
Sem festar, de forma contida, seria, isenta.
Como o momento se apresenta
Que bom que algumas pessoas conseguem reagir dessa forma.
Espero não estar sozinho em meu pensar.

Rio,21/10/2011
Roberto Calegar

Um comentário:

  1. Não está meu amigo, ainda vivemos os tempos da barbárie, do olho por olho, dente por dente. Absolutamente intolerável, fazer com Kadhafi, Saddam e Bin Laden os mesmos atos intoleráveis que estes seres desprezíveis fizeram com seu povo, simplesmente "nos" iguala. Se há alguma diferença, ela não está nos atos, porque, como disse, são iguais. A diferença está nos interesses sobre eles que se desfizeram e por isto "justificaram" os assassinatos, e os outros que os assassinaram hoje, ainda vivem porque os mesmos interesses que mantinham os desprezíveis no poder ainda existem sobre os assassinos atuais. A questão é: Até quando? As suas perguntas são bem pertinentes. "A que ponto nós chegamos...?" "Ou, de que ponto nem saímos?" Acho que é de que ponto nem saímos, nossa arrogância nos cega, nos fazendo acreditar que somos superiores, mas quando nos deparamos com estes fatos, vemos que algumas características primitivas que acreditávamos ter extinguido com a evolução, ainda são bem vivas e presentes na nossa suposta sociedade "civilizada".

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